Piauí tem a maior proporção de pessoas surdas e a 2ª maior de PCDs do Brasil, diz IBGE
Os dados, obtidos durante o Censo Demográfico 2022, também apontam que, no Piauí, mulheres, idosas e pessoas de ascendência oriental apresentam os maiores indicadores de deficiência.Quase 50 mil piauienses têm dificuldade permanente para ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número equivale a 1,6% da população do estado com dois anos ou mais — a maior proporção de deficiência auditiva do país.
De acordo com o instituto, 297 mil pessoas com dois anos ou mais apresentam alguma deficiência no Piauí. Trata-se de 9,3% da população do estado nessa faixa etária, e é o segundo maior indicador do Brasil.
Ao nível nacional, 1,3% dos brasileiros têm dificuldade permanente para ouvir. O Piauí, portanto, lidera a lista dos maiores indicadores, seguido por Rio Grande do Sul (1,5%) e pela Paraíba (1,5%).
Da mesma forma, 7,3% da população do Brasil possui alguma deficiência, o que representa 14,4 milhões de pessoas com dois anos ou mais. Os estados do Nordeste contam com as maiores taxas: além do Piauí, Alagoas (9,6%) e Ceará (8,9%).
Dificuldades e outros recortes
A pesquisa apontou cinco dificuldades funcionais permanentes e seus indicadores. Confira abaixo:
Dificuldades funcionais no Piauí
Tipos de dificuldades permanentes | Proporção |
Enxergar, mesmo usando óculos ou lente de contato | 5,3% |
Ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos | 1,6% |
Andar ou subir degraus, mesmo usando prótese ou outro aparelho de auxílio | 3,3% |
Pegar pequenos objetos, como botão ou lápis, ou abrir e fechar tampas de garrafas, mesmo usando aparelho de auxílio | 1,7% |
Se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar ou estudar por causa de alguma limitação nas funções mentais | 1,7% |
Em relação ao gênero, 10,1% das mulheres piauienses têm alguma deficiência, contra 8,5% dos homens. Contudo, a proporção masculina é a maior entre todos os estados do país, enquanto a proporção feminina é a terceira maior do Brasil.
Quanto à faixa etária, o IBGE observou que o número de pessoas com deficiência aumenta com o avançar da idade. No Piauí, crianças e adolescentes de dois a 14 anos têm 2,4%; por outro lado, os idosos de 70 anos ou mais registram 37,5%.
O Censo também apontou que a população de cor ou raça amarela — de ascendência oriental (japonesa, chinesa e coreana) — é a que apresenta a maior proporção de deficiência no estado (12,1%), embora represente 0,09% do total dos piauienses.